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Uma seita sádica chamada The Cult of Spawn está a recrutar crianças nos Países Baixos através da popular plataforma de jogos Roblox, convencendo-as a cometer atos de violência, automutilação e até suicídio, revelou uma investigação da EenVandaag.
A base deste culto é o jogo Forsaken, um jogo de terror no Roblox. No decorrer do jogo, os jogadores são atraídos para grupos de chat privados. O acesso a esses grupos privados exige um sacrifício do jogador. Fotos de nudez ou provas de ter tatuado o símbolo do culto são comuns.
Uma vez dentro do grupo, as crianças sofrem lavagem cerebral, segundo o EenVandaag. Os líderes do culto autodenominam-se profetas e pregam que as suas jovens vítimas terão uma segunda vida real após a morte, onde poderão retornar numa forma física melhor e mais atraente, um tema também presente no jogo Forsaken. Antes de estarem “prontas para uma melhor segunda vida”, as vítimas devem fazer todo tipo de sacrifícios, incluindo compartilhar imagens íntimas de si mesmas. Se tentarem desistir, os criminosos ameaçam publicar as imagens anteriores já enviadas e informações pessoais online.
Já se sabia que vários grupos sádicos online visavam crianças no Roblox e nas redes sociais. Nos últimos meses, a polícia neerlandesa deteve vários suspeitos de pertencerem aos subgrupos 764 e No Lives Matter da comunidade sádica online “Com”. Segundo o EenVandaag, há algumas ligações entre o Theo Cult of Spawn e estes grupos.
Já é do conhecimento de várias vitimas do Culto de Spawn em outros países. O canal EenVandaag entrou em contato com a primeira vítima neerlandesa cuja história foi conhecida. A jovem, a quem a emissora chamou de Tanya, tatuou o símbolo do culto na sua pele e fez sacrifícios de sangue, entre vários outros atos.
A família de Tanya desconheciam a rede sádica na qual ela estava envolvida. "Um deles tentava forçar a jovem a cometer suicídio; a data já tinha até sido marcada", disse a mãe de Tanya ao programa.
“Estamos muito preocupados com esse movimento”, disse Annemiek van Noord, detetive da Equipa de Combate à Pornografia Infantil e Turismo Sexual Infantil da Polícia Nacional, que está a investigar o fenómeno, ao jornal EenVandaag. Ela enfatizou que a polícia está chocada com as ações sádicas e muitas vezes macabras do agressor.
A polícia faz o que lhe está ao alcance, mas é uma questão muito complexa de se resolver. "Os líderes são bloqueados regularmente e as suas contas são excluídas, mas eles continuam noutro lugar com um nome diferente", disse Van Noord. "Existe um grupo, coisas acontecem dentro dele e, no instante seguinte, esse grupo desaparece. É então que surge um novo grupo."
A EenVandaag solicitou um posicionamento das plataformas online envolvidas sobre a presença de grupos criminosos nas suas plataformas.
A Roblox afirmou que o aliciamento online e comportamentos que coloquem menores em risco são estritamente proibidos. "Controlamos isso 24 horas por dia, 7 dias por semana. E se detectarmos algum abuso, tomamos medidas imediatas."
O Discord afirmou que cumpre a lei para prevenir conteúdo perigoso, deteta pro-ativamente conteúdo prejudicial e coopera com as autoridades americanas.
O Telegram afirmou que remove conteúdo prejudicial e coopera com as autoridades europeias.
A plataforma X não respondeu, mas a maioria das plataformas sociais afirmam que verificam as publicações em busca de conteúdo prejudicial e o retiram quando esse tipo de conteúdo é detetado.
