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Os resultados primários dos controles de fronteira que as autoridades neerlandesas vêm realizando nos últimos três meses mostram um quadro misto, mas ainda assim são encorajadores, disse a ministra da imigração Marjolein Faber aos Parlamento na sexta-feira.
Durante os três meses até 9 de março, 250 pessoas tiveram a entrada negada no país e 90 pessoas foram detidas por envolvimento em crimes como tráfico de pessoas ou delitos de drogas, disse a ministra durante a explicação da medida.
Mais 30 pessoas solicitaram asilo na fronteira, uma das quais foi enviada de volta ao país da UE onde havia solicitado pela primeira vez. No total, 41.750 pessoas e 9.900 veículos foram verificados.
No mesmo período de 2023/24, 260 pessoas foram detidas, um número muito maior do que este ano. Mais 100 pessoas fizeram um pedido de asilo ao serem controladas, também muito mais do que este ano.
No entanto, menos pessoas – 150 – foram enviadas de volta na fronteira por não terem os documentos certos para entrar nos Países Baixos. Menos pessoas e veículos também foram escolhidos para os controles.
A ministra da Imigração, Marjolein Faber, disse que os resultados diferem “significativamente” de um ano atrás, mas é difícil determinar o motivo exato. Menos pessoas podem ter sido detidas porque 45% menos refugiados estão a chegar aos Países Baixos, disse.
Apesar da diminuição nas detenções, Faber disse que os resultados são “no geral encorajadores” e foram alcançados dentro dos orçamentos existentes, sem causar engarrafamentos, como se temia quando a medida foi implementada, tomando como exemplo com o que se passou nas fronteiras alemãs quando medida semelhante se iniciou no país vizinho.
A medida continuará por mais três meses, revelou a ministra. Neste próximo período, mais conversas devem surgir com outros ministros e com o Governo sobre colocar os controles por mais tempo.
Os sindicatos da polícia, no entanto, não ficaram impressionados com os resultados, com o presidente do NPB, Nine Kooiman, a dizer que a ministra tinha retirado a capacidade de outros departamentos de controle de fronteira de realizar os controles de fronteira, "criando um problema no lado investigador".
Ramon Meijerink, presidente em exercício do sindicato ACP, destacou que há 840 pontos de fronteira entre a Holanda, a Alemanha e a Bélgica.
“É uma pena que os controles de fronteira estejam a ser enquadrados dessa forma”, disse ao jornal AD. “Os controles de fronteira existem para nossa segurança e envolvem muito mais do que apenas isto", referindo-se ao apenas mandar de volta os indesejados. Para haver segurança é preciso investigar de onde vêm, para onde vão, se há intermediários ou não. Só assim se entende o porquê de uma migração para o país e se consegue descobrir redes de tráfico humano e de drogas, o que permite depois um combate eficaz a essas redes dentro dos Países Baixos.
Imagem de sas4550 via Flickr