O chefe do serviço de segurança militar neerlandês, MIVD, disse ao Financieele Dagblad numa entrevista que "é possível" que a Rússia inicie um conflito regional assim que "terminar com a Ucrânia", com o objetivo de testar se a aliança da NATO pode ser quebrada.

Peter Reesink, que assumiu o comando do MIVD em fevereiro, disse ao jornal que a Rússia pode estar pronta para um conflito armado com a NATO antes de 2030 e que está a levar a sério a possibilidade de um “ataque real”.

Os países bálticos e escandinavos estão muito mais preparados para conflitos do que a Holanda porque estão mais próximos da Rússia e interagem com navios de guerra russos diariamente, disse ele.

“Não podemos relaxar e dormir”, disse ao jornal. “Mais do que isso, a Holanda e vários outros países precisam acordar. Como sociedade, acreditamos há muito tempo que nossas empresas fazem negócios em todo o mundo e os nossos vínculos económicos garantirão que não haja mais conflitos. Mas as coisas não funcionam assim.”

Conselho De Rutte

A entrevista do diretor do MIVD acontece apenas um dia após o novo chefe da NATO e ex-primeiro-ministro neerlandês, Mark Rutte, aconselhar num discurso, que a aliança precisava "mudar para uma mentalidade de guerra e acelerar a nossa produção e gastos com defesa".

Em Moscovo, referiu, está a “se preparar para um confronto de longo prazo com a Ucrânia e connosco”, e observou que a atual situação de segurança é a pior da nossa vida.

disse Rutte neste que foi o seu primeiro grande discurso desde que se tornou secretário-geral em outubro.

Na semana passada, o Ministério da Defesa neerlandês disse que o governo tomará mais medidas para garantir que o país possa suportar um grande conflito armado ou outras crises, como uma pandemia ou um colapso prolongado em serviços essenciais.

“A agressão russa, que se estende além da Ucrânia, tornou possível algo que antes era impensável: o envolvimento direto da NATO e, por arrasto, o nosso país, num conflito armado de larga escala”, disse o ministro da defesa Ruben Brekelmans num documento de 19 páginas ao parlamento.

O foco também está nas tentativas vindas do exterior de desestabilização da sociedade neerlandesa, criar agitação ou causar danos económicos, disse o ministro. Como parte disso, os bancos disseram, todas as famílias nos Países Baixos devem ter suprimentos de emergência à mão, como comida suficiente e um rádio, como os pais e avós fizeram durante a Guerra Fria.

Conselho Dos Bancos

Os bancos holandeses também estão prontos para alertar os clientes de que eles devem ter dinheiro suficiente em casa para lidar com uma grande falha de acesso à internet.

O especialista militar Frans Osinga disse ao AD que não há razão para ter medo agora. “Mas precisamos de estar conscientes da situação geopolítica em mudança”, disse ele. “Para enfrentar uma crise, precisamos estar preparados.”

Isso acontece principalmente agora que o apoio americano à Europa é uma incerteza sob o governo de Donald Trump, que deixou claro que a China é sua prioridade, mas a Europa também foi referida.

Imagem de Military_Material por Pixabay