A Comissão Europeia quer suspender parte do acordo de associação com Israel e impor sanções contra "ministros extremistas e colonos violentos". Os Países Baixos juntam-se a vários outros países da UE para decidir várias medidas para restringir as importações a partir de colonatos israelitas considerados ilegais na Cisjordânia.

No seu discurso anual ao Parlamento Europeu, transmitido ao vivo pela página da Comissão Europeia, a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, pressionou pela suspensão de parte do tratado comercial e pela imposição de sanções a Israel. O governo holandês tem também pressionado por medidas idênticas, dada a situação em Gaza.

Von der Leyen afirmou que a União Europeia "não se pode dar ao luxo de permanecer paralisada" em resposta ao desastre humanitário em Gaza. "O que está acontecer diariamente em Gaza abalou a consciência do mundo", disse ela. "Pessoas mortas enquanto imploravam por comida. Mães segurando filhos sem vida. Essas imagens são simplesmente catastróficas."

“Proporemos sanções aos ministros extremistas e aos colonos ilegais e também propomos uma suspensão parcial do Acordo de Associação em questões comerciais.” A Comissão Europeia quer suspender toda a ajuda e pagamentos diretos a Israel, afirmou Von der Leyen. Ela procura um apoio da maioria para essas medidas serem aprovadas, reconhecendo que essa será uma tarefa difícil, dada a divisão dos Estados-membros em relação a essa questão.

Os Países Baixos também estão a preparar medidas por iniciativa própria, unindo-se a vários países da UE para restringir as importações provenientes de colonatos israelitas considerados ilegais na Cisjordânia, escreveu o Ministro dos Negócios Estrangeiros interino, David van Weel, ao parlamento. Ele não especificou quando a medida entrará em vigor, embora tenha alertado anteriormente que uma proibição de importações não pode ser implementada da noite para o dia, relata a ANP.

O governo demissionário neerlandês também está a investigar a melhor forma de fornecer ajuda aos países da região que prestam cuidados aos cidadãos de Gaza. Segundo Van Weel, o acolhimento de refugiados da Palestina nos Países Baixos não é uma opção, mas o governo considera o envio de especialistas médicos "para necessidades complexas de saúde para as quais a capacidade de tratamento na região é limitada".

Este ano, o governo neerlandês disponibilizou 25 milhões de Euros para ajudar a população de Gaza, disse Van Weel, chamando-a de "uma contribuição substancial para as necessidades médicas humanitárias em Gaza". Ele também reabrirá o ponto de contacto onde profissionais médicos qualificados e outros especialistas podem fazer uma inscrição, caso desejem prestar ajuda na região.

Até 9 de setembro, pelo menos 64.605 pessoas em Gaza morreram às mãos de Israel, informou a Al Jazeera com base nos dados mais recentes do Ministério da Saúde palestiniano. Pelo menos 19.424 das pessoas eram crianças e bebés. Ainda cerca de 163.096 pessoas foram feridas. A guerra começou em resposta a um ataque terrorista do Hamas contra Israel a 7 de outubro de 2023, que matou 1.139 pessoas.

Além dos ataques à região, Israel também tem ativo um bloqueio à entrada de ajuda humanitária em quantidades significativas no território palestiniano. Pelo menos 393 pessoas morreram de fome na Faixa de Gaza, incluindo 140 crianças.

Na segunda-feira, Israel também realizou um ataque aéreo em Doha, Dubai, alegando ter como alvo o Hamas. O Ministro Van Weel condenou o ataque. "A soberania dos Estados deve ser respeitada", escreveu ele no X. "Além disso, o ataque não contribui para aproximar um cessar-fogo entre Israel e o Hamas."

Imagem de hosny salah por Pixabay