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Os Países Baixos estão à beira de várias vagas de despedimentos massivos, informou o sindicato CNV ao jornal AD. A introdução de ferramentas AI e legislação ambiental mais apertada podem estar a acelerar o processo.
Pelo menos um terço das empresas com as quais o CNV negocia já tem planos de despedimentos em vista. Milhares de empregos podem estar em risco, especialmente nos setores dos serviços financeiros, indústria, comércio e educação, afirmou o presidente do CNV, Piet Fortuin. "Tivemos um baixo índice de desemprego por um longo período, mas essa situação está a mudar lentamente."
A tensão no mercado de trabalho está numa queda gradual. O Instituto Nacional de Estatística (CBS) informou no início deste mês que, pela primeira vez em quatro anos, os Países Baixos tem mais desempregados do que vagas de emprego disponíveis. Para cada 100 desempregados, existem agora 97 vagas.
A CNV constata isso na prática. Pelo menos um terço dos negociadores da CNV já teve o tema da reorganização e dos despedimentos abordado nas negociações de acordo coletivo que decorrem. Até agora, esses temas envolveram principalmente grupos menores de pessoas. "Mas o impacto vai-se acumulando", disse Fortuin. E alguns despedimentos em larga escala também estão a ser anunciados. Na quinta-feira, o ASN Bank anunciou o corte de 850 a 950 postos de trabalho.
A CNV está preocupada, em particular, com os setores financeiro, educacional e industrial. O setor educacional enfrenta cortes no orçamento de Estado e universidades e institutos de ciências aplicadas relataram recentemente uma queda nas matrículas de novos alunos. Fortuin espera que o novo governo suspenda os cortes na educação.
Diversas grandes empresas industriais anunciaram também que pretendem deixar os Países Baixos, incluindo a Fibrant, que vai fechar a sua fábrica no parque industrial de Chemelot. Várias empresas no Porto de Rotterdam também enfrentam despedimentos devido a vários encerramentos. Fortuin observou que muitas empresas industriais estão apenas a realizar investimentos essenciais de manutenção, adiando os grandes investimentos de alargamento e expansão ou transferindo-os para o exterior. "A interrupção dos investimentos por parte das empresas é o principal sinal de um setor em declínio. E isso tem impacto no emprego", afirmou.
A CNV espera que o novo governo traga estabilidade. "É necessária segurança regulatória; os empresários querem saber qual é a sua situação", disse Fortuin. "A situação ainda é administrável, mas o desemprego está numa tendência ascendente. As coisas ainda não estão tão mal porque ainda há muito trabalho, mas vão piorar se deixarmos rolar desta forma assim."
Imagem gerada por Google Gemini





