Foi nesta segunda-feira que as forças neerlandesas assumiram a proteção de um importante centro logístico da NATO no leste da Polónia, mobilizando cerca de 300 soldados e múltiplos sistemas de defesa aérea para proteger o local que canaliza armas e equipamentos para a Ucrânia, informou o Ministério da Defesa. 

Os Países Baixos estão a reforçar a segurança das instalações com dois sistemas de defesa anti-míssil Patriot, um lançador NASAMS e equipamento antidrone, no âmbito do programa de Assistência e Formação em Segurança para a Ucrânia (NSATU) da NATO. Os sistemas Patriot são avançados e concebidos para detetar e abater mísseis e aeronaves inimigas. O destacamento prolongar-se-á até 1 de junho de 2026. O NSATU supervisiona o treino das forças ucranianas e coordena o apoio militar, garantindo que o equipamento doado pelos membros da NATO chega à Ucrânia em segurança.

Os líderes militares neerlandeses descrevem a nova missão terrestre como uma operação em ambiente tenso e de rápidas mudanças. “Parece que nos Países Baixos e no resto da Europa nada está a acontecer. Todos nós continuamos com as nossas vidas. Mas, ao mesmo tempo, estamos numa zona cinzenta entre a guerra e a paz”, disse o tenente-coronel Wesley ao Defensiekrant.

“Os Países Baixos estão a fornecer capacidades avançadas para defesa aérea em camadas. Isso protege o abastecimento logístico da Ucrânia, defende o flanco leste da NATO e aumenta a nossa própria prontidão”, disse o Ministro da Defesa, Brekelmans.

O centro de operações no leste da Polónia é onde os membros da NATO consolidam equipamentos militares antes de serem enviados para a Ucrânia. O ex-comandante neerlandês, Mart de Kruif, afirmou que a NATO ampliou a proteção da área após repetidas incursões no espaço aéreo, “frequentemente por drones supostamente russos”, levando os aliados a concluir: “não pode passar daqui”.

Em setembro, caças F-35 neerlandeses ajudaram a intercetar drones como parte de um destacamento conjunto neerlandês-norueguês que garantiu a segurança do espaço aéreo da NATO de 1 de setembro até esta segunda-feira. A missão de policiamento aéreo também tinha como objetivo deter a Rússia e proteger material bélico que se deslocava em direção à Ucrânia.

O comandante de Kruif afirmou que a unidade defenderá o espaço aéreo “24 horas por dia, sete dias por semana” contra ameaças que vão desde mísseis balísticos e mísseis de cruzeiro até aviões, helicópteros e drones.

Os três sistemas neerlandeses operam em altitudes diferentes. "Todos eles estão numa determinada camada na qual são fortes, em termos de imagem de radar e funcionamento", disse ele. Determinar qual sistema a acionar precisa de ser feito rapidamente. "Não dá para ficar uma hora em discussões. É preciso decidir incrivelmente rápido o que fazer. Leva minutos, às vezes até menos. É preciso estar constantemente alerta."

Os aliados da NATO revezam a responsabilidade pela segurança do centro logístico. A Alemanha realizou o anterior com parte das mesmas capacidades de defesa aérea que os Países Baixos utilizam atualmente. A aliança ainda não definiu qual o país que assumirá a responsabilidade após 1 de junho de 2026.

Imagem de Military_Material por Pixabay