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A norma de investimento da NATO deveria subir para pelo menos 3 por cento se depender de Rob Jetten, líder do partido D66.
“Para podermos manter o nosso país como uma potência mundial séria e para sermos capazes de proteger o que nos é valioso na Europa”, disse ele em Amsterdam, na tarde de sábado.
Numa sala esgotada, Jetten dá inicio à discussão de Den Haag sobre a NATO na preparação para a cimeira da Aliança Atlântica em Junho próximo. “O nosso mundo está em chamas. Das áreas residenciais de Los Angeles às ruas do Médio Oriente passando pelas trincheiras da Ucrânia.”
Jetten está disposto a se comprometer a pagar parcialmente essa fatura da NATO, cancelando a redução da franquia (eigen risico) do seguro de saúde dos cidadãos neerlandeses, apenas dando esse desconto aos doentes crónicos e deficientes. “Não ter a franquia só levaria a uma mensalidade de seguro saúde mais alta e a muitos problemas no financiamento da saúde”, diz o líder do D66. Ele prefere investir esses milhões na defesa. Embora isso não seja o suficiente para pagar os cerca de 10 mil milhões que custará um aumento da norma da NATO para 3 por cento. Ele também não explica onde iria recolher o dinheiro para pagar o restante.
Este é o fim do caminho, depois do novo presidente americano Donald Trump, ter declarado que pelo menos 5% do produto interno bruto deverá ser atribuído à defesa. Numa sala repleta de membros do D66, menos da metade do público concordou com o plano de Jetten.
Na semana passada, o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Caspar Veldkamp, foi o primeiro membro do governo a defender um aumento no investimento da NATO para “colocar a defesa em ordem”. Ele sugere um valor acima de 2%, mas não atribui um valor final. O resto do governo tem sido cauteloso até agora e insiste que os Países Baixos devem primeiro gastar o dinheiro disponível na defesa e só depois procurar outras formas de financiamento. Um trabalho que é mais difícil na prática do que parece.
Na preparação para o Voorjaarsnota, uma retificação ao Orçamento para 2025, onde é necessário tomar uma série de decisões difíceis, mais dinheiro para a defesa ainda não é uma prioridade máxima para os partidos da coligação. Geert Wilders do partido PVV, vencedor das últimas eleições, disse na terça-feira que as pessoas deveriam “ter mais dinheiro nas carteiras” e que o apoio à Ucrânia deveria, se necessário, ficar “em segundo plano”.
“Não apenas covarde, mas também perigosamente ingénuo”, critica Jetten sobre as declarações de Wilders, lançando a pergunta aos outros partidos da coligação, “VVD e NSC: por quanto tempo vão continuar a tolerar isso de forma silenciosa?”
Imagem de Sebastiaan ter Burg