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As obras pararam em Lochem, onde uma ponte em construção desabou na quarta-feira, tirando a vida a dois trabalhadores. A Inspeção do Trabalho Holandesa afirma que vai precisar de tempo para conduzir uma investigação minuciosa.
A fiscalização vai investigar as circunstâncias do acidente, em que duas pessoas morreram e outras duas ficaram feridas. Após pergunta dos Portugueses na Holanda, as autoridades portuguesas não registam portugueses envolvidos neste acidente.
As quatro vítimas não trabalhavam diretamente para a construtora BAM, o principal empreiteiro da obra. Uma das vítimas mortais, um belga, trabalhava para a construtora belga Aertssen. Essa empresa foi contratada para trabalhos de instalação, informou um porta-voz do BAM. As outras três vítimas, incluindo um polaco, uma das outras vítimas mortais, não trabalhavam para aquela empresa. Ainda não foi divulgada qual a empresa que trabalhavam.
Os dois feridos, ambos da Bélgica, estão fora de perigo. Um deles ficou gravemente ferido após uma queda grave, o outro ficou ligeiramente ferido e terá alta do hospital em breve, disse um porta-voz da Inspeção do Trabalho Holandesa.
Com Mais Frequência Que O Desejado
Os acidentes deste tipo no sector da construção, como em Lochem, ocorrem com mais frequência do que aquilo que se pensa. Muitos estaleiros de obras têm subcontratados que utilizam trabalhadores migrantes. Isto muitas vezes leva a falhas de comunicação no terreno. Além disso, existem funcionários que não são devidamente treinados ou certificados.
Segundo o diretor Hans Crombeen, da FNV Bouw, pouca coisa mudou nos últimos anos. "Vemos que muitos subempreiteiros ainda são usados na realização de obras. Isso às vezes envolve de quinze a vinte camadas de subempreitadas. As grandes construtoras fazem algo no que diz respeito a instruções de segurança ao seu pessoal, mas isso não se aplica a todas as pessoas que são contratadas."
A FNV Bouw defende à bastante tempo a certificação para as pessoas que estão no terreno. Até agora sem sucesso. “Um operador de grua tem de ter os certificados corretos, mas o que está no terreno não. Qualquer um pode fazer esse trabalho, não precisa de nenhum documento”.
Acidentes
Os números da Inspeção do Trabalho mostram que, em 2022, cerca de 2.317 pessoas ficaram feridas em acidentes de trabalho. Além disso, quarenta pessoas morreram. Falamos de 27 vítimas por 100.000 empregos. O maior número de acidentes por 100.000 empregos ocorreu nos sectores de serviços públicos de água e gestão de resíduos, construção, agricultura, silvicultura e pesca e indústria transformadora. O número de acidentes por 100.000 empregos aumentou em todos os setores. A fiscalização diz que ainda não há números para 2023.
“Mas o que vemos é que os problemas no sector da construção se destacam”, disse um porta-voz. "Verificamos em todos os tipos de sectores se as pessoas estão a trabalhar de forma saudável e segura. Também verificamos se há emprego ilegal, por exemplo. E muitos subempreiteiros estão ativos em estaleiros de construção."
A Inspeção do Trabalho tenta combater os abusos através da realização ativa de inspeções. “Também recebemos dez mil queixas todos os anos de todos os tipos de setores. Desde ao trabalho inseguro em altura, mas também ao pagamento abaixo do mínimo legal”, afirma o porta-voz.
Investigação
A Inspeção do Trabalho iniciou uma investigação criminal ao acidente de Lochem. Isso é comum nesses tipos de situações. Investigadores do serviço especial de fiscalização iniciaram a investigação no estaleiro da BAM. Fazem-no sob a orientação do Ministério Público.
Imagem: ANP