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Frans Timmermans, líder da aliança de esquerda entre o GroenLinks (Verdes) e o PvdA (Trabalhistas), disse que quer criar um novo partido de esquerda até o final do ano.
Timmermans apoiou um apelo do deputado do PvdA, Habtamu de Hoop, numa reunião recente do partido para criar um partido único com a sua própria narrativa política, em vez de fundir os dois já existentes. “Estou muito impaciente”, disse Timmermans à comunicação social. “Temos que progredir o mais rápido possível.”
O GroenLinks-PvdA apresentou uma lista conjunta de candidatos nas eleições legislativas de 2023 e nas eleições europeias do ano passado, embora os dois partidos pertençam a grupos diferentes no parlamento europeu. O GroenLinks, que elegeu nas últimas eleições europeias uma portuguesa, faz parte do Partido Europeu Verdes e o PvdA, da Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas.
Apesar de ganhar oito lugares a mais na última eleição do que conseguiram como partidos separados em 2021, o GL-PvdA foi eclipsado pelo PVV de extrema direita de Geert Wilders e ficou apenas um pouco à frente do partido liberal de direita VVD.
Desentendimentos
Desde então, o partido pouco mudou nos inquéritos de opinião, apesar do apoio decrescente aos quatro partidos da coligação. Os eleitores têm-se mostrado mais inclinados a mudar para os Democratas Cristãos (CDA) de centro-direita ou para o progressista-liberal D66.
O GL-PvdA também teve que lidar com desentendimentos entre as duas bases partidárias em questões como os ataques de Israel à Faixa de Gaza, onde os membros mais antigos do PvdA são mais propensos a apoiar Israel, enquanto os membros do GroenLinks tendem a defender mais os palestinianos.
De Hoop expôs as suas ideias para um novo partido baseado na “social-democracia idealista” quando proferiu a palestra Herman Höften em Almelo para ativistas do partido no final de janeiro.
Timmermans disse que 90% dos grupos partidários locais GroenLinks e PvdA já concordaram em apresentar listas conjuntas nas eleições municipais do próximo ano e que os partidos continuariam a formar um bloco conjunto no parlamento.
“Chegamos ao ponto sem retorno”, disse ele. “E espero que essa associação dê origem a um novo movimento em que ambos os partidos se sintam em casa.”
Timmermans rejeitou os apelos de alguns membros seniores do PvdA para romper a aliança, argumentando que o cenário político já tinha mudado permanentemente desde o assassinato de Pim Fortuyn em 2001 e a ascensão subsequente de partidos como o PVV de Geert Wilders.
“Ainda há sentimentos de culpa naquele grupo sobre as classes trabalhadoras perdidas que foram para Fortuyn”, disse De Hoop, enquanto Timmermans acrescentou: “Deveríamos deixar o sonho nostálgico para a direita”.
Imagem de GroenLinks-PvdA