A saída dos nomeados pelo PVV deixou vários ministérios sem liderança política. Segundo fontes governamentais citadas pela NOS, não é viável que os ministros interinos e secretários de Estado do VVD, do Nieuw Sociaal Contract (NSC) e do BoerBurgerBeweging (BBB) conduzam sozinhos todas as pastas e responsabilidades em andamento.

A reunião, marcada para quinta-feira, inclui o primeiro-ministro cessante, Dick Schoof, os vice-primeiros-ministros e os líderes dos partidos restantes da coligação. Juntos, eles vão determinar como preencher temporariamente as vagas dos ministérios e das Secretarias de Estado deixadas pelo partido de Wilders. Vários ministros substitutos também devem ser nomeados.

O colapso do governo de coligação de direita intensificou a pressão sobre a Tweede Kamer para a realização de eleições antecipadas. No entanto, o Conselho Eleitoral Neerlandês (Kiesraad) declarou que não é legal ou logisticamente possível organizar eleições nacionais antes de 29 de outubro. Os municípios em todo o país devem agora iniciar os preparativos, incluindo o recrutamento de voluntários para trabalhar nas mesas eleitorais.

Apoio De Trump

A crise política nos Países Baixos atraiu a atenção internacional, inclusive dos Estados Unidos. Um alto funcionário da Casa Branca disse à Agence France-Presse (AFP) que o governo Trump apoia Wilders. O funcionário, sob condição de anonimato, afirmou que o presidente apoia líderes "que protegem a sua soberania e identidade nacional".

“Os Países Baixos, como muitos outros países europeus, enfrentam sérias ameaças relacionadas a políticas de fronteiras abertas e à migração ilegal”, terá dito o funcionário. “Líderes que colocam os seus cidadãos em primeiro lugar e trabalham para garantir o futuro do seu país merecem elogios.”

Segundo a fonte, a mensagem de Trump para a Europa é clara: os governos devem fortalecer as suas fronteiras e reprimir a migração ilegal, “assim como estamos a fazer aqui nos Estados Unidos”.

Trump deve visitar os Países Baixos ainda este mês para participar da Cimeira da NATO em Den Haag. Nos últimos meses, membros do seu governo também expressaram apoio a outros líderes populistas de direita na Europa, incluindo Marine Le Pen na França e o partido de extrema direita Alternativa Alemã (AfD) na Alemanha.

Reação Real

Enquanto isso, o Rei Willem-Alexander encurtou a sua visita de estado de dois dias à República Checa na quarta-feira de manhã devido à crise política que se desenrola nos Países Baixos, deixando a Rainha Máxima para completar a visita oficial na quinta-feira, informou o AD.

O casal real chegou na terça-feira à noite ao Aeroporto Václav Havel, em Praga, a convite do presidente checo, Petr Pavel, para uma visita de Estado formal de dois dias. Logo após o desembarque, o rei reconheceu o momento incomum da viagem, dada a queda repentina do governo neerlandês no início do dia.

"É realmente muito estranho deixar o país durante uma crise política", disse Willem-Alexander ao chegar. No entanto, ele enfatizou a importância de manter a visita. "Neste momento de tensão geopolítica, é crucial encontrar e cumprimentar o nosso parceiro da NATO e da UE, a República Checa", disse o rei.

Apesar disso, o rei decidiu retornar aos Países Baixos após o primeiro dia para lidar com a crise, deixando a Rainha Máxima para continuar a visita na quinta-feira. O Ministro dos Negócios Estrangeiros demissionário, Caspar Veldkamp, acompanhou o casal real na viagem.

O ministro do PVV, Dirk Beljaarts, que renunciou como parte do colapso do governo, não participou da visita. O seu lugar na delegação foi ocupado pelo secretário-geral do Ministério da Economia.

Imagem de Heute, sob licença Creativecommons