Desde o começo do mês de março, a unidade tão dificilmente conquistada e mantida pelo Primeiro Ministro Dick Schoof tem vindo a se desintegrar.  

O ponto que tudo desencadeou foi no início de março, quando Schoof anunciou 3,5 mil milhões de euros de apoio à Ucrânia após consultar o Ministro das Finanças do VVD, Eelco Heinen, mas não os restantes partidos de coligação, PVV, NSC e BBB, disseram as fontes. Agora, há uma desconfiança crescente sobre a Ministra do Asilo, Marjolein Faber (PVV). A intitulada Ministra do Nitrogénio, Femke Wiersma (BBB), é também acusada de obstruir medidas com as quais ela não quer lidar. E Heinen é considerado um ministro sem a imparcialidade partidária devida.

As fontes da Nieuwsuur consideram Faber o "elo mais fraco", com os membros do Governo a acreditar que ela faz muito pouco para aprovar as novas leis de asilo no parlamento. "Ficar sentada e esperar pela pressão de Geert não é o suficiente", disse um colega de Governo. Um Ministro acrescentou: "É-lhe explicado de cada vez como lidar com algo assunto, mas ela não entende." Outro disse que se "arrepia" quando a ouve na reunião semanal do Governo. A recusa de Faber em conceder medalhas reais a trabalhadores voluntários de asilo só colocou mais lenha na fogueira.

Ponto De Discórdia

Relações difíceis entre os partidos da coligação não são novidade. Os líderes do partido Geert Wilders (PVV), Dilan Yeşilgöz (VVD), Pieter Omtzigt (NSC) e Caroline van der Plas (BBB) ​​têm discutido desde a fase de negociação para a formação de Governo. Mas até ao início de março, Schoof conseguiu forçar a unidade no seu Governo por meio de negociações em equipa e convívios entre membros do Governo, de acordo com a Nieuwsuur. O apoio prometido à Ucrânia foi o ponto de inflexão.

Vários ministros suspeitam que o apartidário Schoof está a aproximar-se do VVD, de acordo com o programa político, resultando em Heinen não ser mais visto como um Ministro das Finanças independente. Isso provavelmente complicará as negociações para o Memorando de Primavera, a atualização e retificação do orçamento nacional, nas próximas semanas. Os partidos da coligação têm longas listas de desejos, enquanto Heinen enfatiza a frugalidade. "Ele acabou de doar 3,5 mil milhões e eu tenho que negociar com ele sobre cada milhão que peço", disse um ministro frustrado.

O processo do nitrogénio também está a causar a deterioração das relações no Governo. A Ministra da Agricultura, Femke Wiersma (BBB), deu uma entrevista ao Telegraaf em meados de fevereiro descrevendo o seu plano para as emissões de nitrogénio, enquanto os seus parceiros de coligação sentiram que esse plano estava longe de estar concluído. Um colega de gabinete acusou Wiersma de reter documentos oficiais e atrasar medidas com as quais ela não quer lidar, incluindo a compra de herdades e outras propriedades agrícolas. “Femke está a obstruir, ela retém medidas contra as emissões de nitrogénio. Como resultado, um tempo valioso está a se perder, sem solucionar o problema”, disse o colega.

Heinen E Wiersma Respondem.

Wiersma negou que esteja a reter medidas contra a emissão de nitrogénio. “Estamos a sair de uma fase em que todas as opções estavam na mesa. Agora, cada ministro, para cada setor, fez uma seleção para a discussão política. Não acho isso fácil, é verdade”, disse ela, mas chamou de “absurdo” que ela estivesse a reter fosse o que fosse.

Já Heinen disse que “lamenta” que os seus colegas se tenham sentido apanhados de surpresa pelo apoio à Ucrânia. Ele relembrou que a continuação do apoio à Ucrânia foi negociada e aprovada no acordo de coligação que forma a base do Governo Schoof I.

Imagem de Portugueses na Holanda via IA