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A Inspeção Neerlandesa de Saúde e Assistência à Juventude fez soar o alarme na segunda-feira sobre o número crescente de pessoas nos Países Baixos que não têm acesso a um médico de família, alertando que as queixas médicas não tratadas estão a piorar e aumentam a pressão sobre os serviços de emergência.
As estimativas citadas pela inspeção variam amplamente, indicando que entre 45.000 e 194.000 residentes não têm acesso a médico de família. Quase 290.000 pessoas procuram um médico mais perto de casa porque o seu consultório atual fica a mais de 15 minutos de carro. Cerca de 60% dos consultórios de clínica geral pararam de aceitar novos pacientes.
A inspeção afirmou que o impacto sobre os pacientes é severo. Sem tratamento oportuno, os problemas de saúde podem-se agravar e a busca constante por atendimento alimenta ansiedade, frustração e exaustão. "Isso consome muita energia, quando eles já têm pouca energia por causa da doença", afirmou a inspeção.
Muitas pessoas ligam para os consultórios semana após semana na esperança de encontrar uma vaga. Algumas acabam por desistir completamente da busca. A falta de informações claras sobre onde procurar ajuda em situações urgentes aumenta a ansiedade. As autoridades afirmam que alguns pacientes, em desespero, compram medicamentos online ou tentam a auto medicação, apesar do risco de produtos não confiáveis e aconselhamento enganoso.
A inspeção enfatizou que a escassez de clínicas de médico de família acessíveis não é um problema que desaparecerá em breve. Embora autoridades, planos de saúde e organizações profissionais estejam a trabalhar para desenvolver soluções de longo prazo, a inspeção afirmou que esses esforços devem continuar com urgência e resultar em acordos nacionais vinculativos.
Até que melhorias estruturais sejam implementadas, a inspeção instou médicos de família, seguradoras, municípios e organizações de pacientes a colaborarem regionalmente para aliviar a pressão sobre os pacientes. A inspeção afirmou ser essencial expandir as iniciativas locais existentes para que os pacientes que se mudam possam ser mais facilmente encaminhados para clínicas em novas áreas.
As autoridades também pediram maior apoio para ajudar as pessoas a entender as suas opções e o papel das seguradoras na organização do atendimento. Além disso, a inspeção recomendou a elaboração de acordos claros sobre onde os pacientes sem médico de família podem receber atendimento de medicina geral e de família e avaliações de urgência.
A inspeção concluiu que, embora medidas temporárias sejam necessárias para aliviar a crise imediata, essas medidas devem, em última análise, levar a melhorias duradouras para que todos possam contar com atendimento oportuno. Estamos a falar da saúde das pessoas.