“É claro que estamos preparados para um papel de tolerância”, respondeu Omtzigt na quinta-feira quando questionado se o seu partido estava preparado para desempenhar esse papel na Câmara. Ele teve outro encontro com Putters esta tarde. O papel de tolerância é um dos temas discutidos à mesa com o negociador.

Omtzigt fica surpreso com a pergunta, porque diz ter afirmado consistentemente nas últimas semanas qual a posição que prefere para o seu partido: tolerância ou apoio parlamentar.

Embora Omtzigt acredite ter certezas sobre as suas preferências, as outras partes pensam de forma diferente. Omtzigt quer assinar um acordo de tolerância? O NSC fornece políticos para ministros? Omtzigt disse “em princípio não” sobre este último.

Com a palavra “princípio”, ele parece estar a construir a possibilidade de que, afinal, ministros do NSC poderão ser uma realidade. Nos bastidores a sensação é de incerteza do que quer o NSC afinal.

Propostas Anti-Constitucionais

Devido a preocupações com o Estado de Direito, o NSC não quer negociar mais com o PVV. A promessa de Wilders de que respeitará o Estado de Direito e Constituição e de que retirou algumas das suas propostas de leis mais controversas, também não convenceram Omtzigt.

“Quando você apresenta uma proposta de lei, você quer mudar as regras do jogo na Holanda”, disse Omtzigt há duas semanas, durante uma reunião de membros do NSC. "Isto não é uma brincadeira. Não é um tweet. As leis podem ter consequências terríveis. Regras erradas destroem as pessoas", disse Omtzigt, referindo-se ao escândalo dos benefícios socais.

A tarefa de Putters é investigar se uma "cooperação política frutífera" é possível "com apoio suficiente no parlamento". A opção por um acordo de apoio parlamentar começa a estar sobre a mesa, mas Putters quer primeiro descobrir o que é exatamente isso com a ajuda de especialistas e líderes políticos.

No NSC eles elaboraram agora a sua própria definição: mais distância entre a Câmara e o governo, nenhuma pressão numa coligação com acordos assinados e ministros qualificados que trabalham com o seu próprio programa de governo.

E O VVD?

O futuro papel do VVD também está rodeado de pontos de interrogação. Pouco antes das eleições, a líder do partido, Dilan Yesilgöz, anunciou que não se juntaria a um governo com Wilders como primeiro-ministro. Essa atitude mudou? "Talvez sim, talvez não", foi a resposta um tanto enigmática de Yesilgöz, depois de ela também ter visitado Putters.

VVD e NSC trocaram agora de funções. Imediatamente após as eleições, quando a fase exploratória tinha acabado de começar, Yesilgöz tinha em mente um papel de tolerância para o VVD. Agora, parece que não é bem assim. "Não se consegue governar apenas baseado na tolerância", revelou recentemente.

O VVD esperava que Omtzigt também desse “um passo em frente”. Mas isso não aconteceu. Yesilgöz quer “um grau igual de compromisso” e não concede simplesmente ao NSC o papel de tolerância.

Imagem de Michal Jarmoluk por Pixabay