Segundo o jornal De Telegraaf, as projeções indicam que a população do país poderá cair para menos de 10 milhões até ao final do século, caso as atuais taxas de natalidade continuem a diminuir.

Especialistas em economia e demografia alertam que a queda nas taxas de natalidade, combinada com o envelhecimento da população, aumentará a pressão sobre as pensões, a saúde e os serviços sociais. "A queda na taxa de natalidade e o ónus adicional do envelhecimento criam problemas para o Fundo de Pensões (AOW), especialmente no que diz respeito aos cuidados com os idosos", disse Casper van Ewijk, professor de economia e diretor do think tank de pensões Netspar, ao jornal De Telegraaf.

O Gabinete Central de Planeamento (CPB) dos Países Baixos calculou que a dívida pública ultrapassará 100% do PIB a longo prazo, sem levar em consideração os potenciais custos adicionais decorrentes do declínio demográfico.

Os cenários demográficos do Nidi, o Instituto Interdisciplinar de Demografia dos Países Baixos, e da Netspar indicam desafios financeiros a longo prazo. A população dos Países Baixos situa-se atualmente em 18,1 milhões, um crescimento impulsionado principalmente pela imigração, de acordo com as estatísticas do CBS.

A taxa de fertilidade nacional tem diminuído constantemente nos últimos quinze anos. Em 2024, as mulheres tiveram, em média, 1,4 filhos cada, contra 1,6 a 1,8 no final da década de 1970. Uma em cada cinco mulheres permanece sem filhos.

Van Ewijk afirmou que a potencial segunda onda de envelhecimento reduziria a proporção de trabalhadores para reformados de três por idoso para aproximadamente 2,5, pressionando ainda mais os sistemas de pensões e saúde.

Especialistas alertam que a diminuição da população pode ter amplos efeitos: menos escolas, menor entrada de mão de obra, declínio de clubes desportivos e dificuldades no recrutamento de militares.

Os planos para expandir as forças armadas para 100.000 soldados, com uma meta de 122.000 no acordo de coligação D66-CDA, podem ser impossíveis de alcançar diante do declínio demográfico. Mesmo com uma meta de resposta a crises de 200.000, o professor da SEO Economic Research, Daniël van Vuuren, disse ao De Telegraaf: “De onde viriam essas pessoas? Elas teriam que ser recrutadas de outros setores.”

Especialistas recomendam que os responsáveis por políticas públicas façam planos com flexibilidade em habitação e infraestrutura. “A longo prazo, a procura por escolas diminuirá à medida que menos crianças nascerem. Se um prédio escolar for construído, considere como ele poderia ser convertido posteriormente em apartamentos para pessoas com mais de 70 anos”, disse Van Vuuren.

Imagem criada por IA via Google Gemini