As investigadoras Caroline Junge e Anika van der Klis usaram dados do estudo YOUth, uma iniciativa da Universidade de Utrecht e da UMC Utrecht, para comparar o vocabulário de crianças pequenas em 2015 com o de mesma idade em 2023. Elas descobriram uma clara deterioração.

“Um resultado preocupante”, disse Van der Klis à AD, acrescentando que eles não ficaram surpresos com isso. As crianças tiveram menos contacto com outras pessoas durante a pandemia, os investigadores explicaram a causa. “Mais tarde, descobri que as crianças também receberam muito menos contexto”, acrescentou Junge. “Durante o coronavírus, o zoológico foi fechado, a biblioteca foi fechada. Houve menos oportunidades de praticar palavras com os mais pequenos.” Simplesmente, passamos mais tempo em casa sem novos temas de conversas.

As crianças vão recuperar e melhorar o seu vocabulário mais tarde na vida, mas essas palavras também são essenciais para os primeiros anos. “O desenvolvimento socio-emocional das crianças é importante. Elas aprendem muito nos primeiros anos. Elas vão à escola pela primeira vez, fazem amigos, aprendem a resolver problemas. Elas precisam de palavras”, disse Van der Klis.

Segundo os investigadores, muitos pais não percebem que os seus filhos estão a ficar para trás em termos de conhecimento de palavras. “Os próprios pais estão muito mais atentos aos que os seus filhos podem fazer” e não tanto ao que não conseguem, explicou Van der Klis. Eles deram algumas medidas concretas de como os pais podem ajudar a desenvolver o vocabulário dos filhos. Junge:

O município de Utrecht quer agora tomar medidas para aumentar o vocabulário das crianças em questão. A cidade quer reduzir a idade inicial do pré-escolar de 2,5 para 2 anos em alguns locais. Médicos também vão ser escalados para visitar os pais com dicas e informações, voluntários realizarão leituras infantis em bibliotecas e a clínica de saúde infantil também começará a se concentrar no desenvolvimento da linguagem e vocabulário.

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