As recomendações farão parte de uma nova diretriz nacional sobre "Uso Saudável de Ecrãs" (Gezond Schermgebruik), a ser apresentada na terça-feira pelo Secretário de Estado Vincent Karremans (Juventude, Prevenção e Desporto).

A diretriz, que tem caráter consultivo e não é juridicamente vinculativa, visa auxiliar os pais na gestão dos hábitos digitais dos filhos. Recomenda-se estabelecer a idade mínima para o uso de redes sociais, incluindo TikTok, Snapchat, YouTube, Instagram e Facebook, aos 15 anos. As crianças não devem receber o primeiro telemóvel antes de atingirem o 8º ano, o último ano do ensino primário.

A proposta surge após meses de pressão de pais, cientistas e da maioria da Câmara dos Deputados para limitar o acesso dos jovens a smartphones e redes sociais. Em março, uma moção parlamentar da deputada Hanneke van der Werf, do D66, e de Jesse Six Dijkstra, do Conselho Nacional de Segurança, solicitou ao governo a introdução de uma idade mínima, com 15 anos como referência. A moção também pedia ao governo uma coordenação com outros países europeus. Limites de idade semelhantes foram propostos na Dinamarca e na França.

Uma pesquisa recente mostrou que quatro em cada cinco pais apoiam a restrição do acesso às redes sociais até aos 15 anos. Um dos pais disse aos jornalistas: "Também não deixaria o armário das bebidas alcoólicas aberto".

A próxima diretriz também incluirá recomendações de tempo de uso para crianças pequenas e pré-escolares e esses detalhes devem ser divulgados junto com a proposta completa.

No passado, mais de 1.400 médicos, investigadores e especialistas de desenvolvimento infantil, emitiram uma carta pública solicitando ao governo que estabelecesse limites claros de idade. Eles recomendaram então que as crianças não deveriam ter um smartphone antes dos 14 anos e não deveriam entrar nas redes sociais antes dos 16, citando sérios riscos à saúde física e mental.

Imagem de pickpik.com