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Corte Brutal No Transporte Público

Corte Brutal No Transporte Público

06-05-2025

Os utentes podem preparar-se para o corte anunciado de 335 milhões de euros no transporte público que afetará quase todas as províncias.

Em algumas províncias, pode deixar de haver autocarros a circular aos domingos a partir de 2026. Em outra possibilidade, os autocarros param às 19h, mesmo durante a semana. A associação de passageiros Rover, descreve agora para cada região a situação futura.

De acordo com o diretor Freek Bos, estes são "cenários bastante extremos". “Tudo isto significa escolhas difíceis para os administradores das empresas de transporte, às custas dos seus passageiros.” No total, o governo prepara um corte no orçamento de 335 milhões de euros no transporte público para 2026. As regiões de Amsterdam, Rotterdam e Den Haag terão juntas um corte de 110 milhões, enquanto que as doze províncias terão que fazer cortes de 225 milhões.

A Rover já calculou quantas rotas de autocarro terão que desaparecer por causa disso. Em Gelderland, por exemplo, 14 milhões de euros devem ser economizados. Isso pode ser atingido com a descontinuação das rotas de autocarro aos domingos. Outras opções: rotas em apenas metade das viagens depois das 19h nos dias de semana, ou eliminar completamente os autocarros escolares. Um cenário alternativo afeta principalmente os moradores das principais cidades das províncias interiores. Deixam de circular os autocarros urbanos aos sábados e domingos em Arnhem, Nijmegen e Apeldoorn.

Noord Brabant deve economizar 15 milhões de euros. Aqui também os cenários são visíveis: não há mais autocarros depois das 19h durante a semana, ou o cancelamento de quase todas as viagens urbanas em cidades como Eindhoven e Den Bosch no fim de semana. Em Zeeland, que tem um corte de 2 milhões de euros, todos os autocarros de domingo e linhas de horário de pico podem desaparecer. A província de Friesland poderá interromper todos os autocarros urbanos em Leeuwarden para economizar os desejados 8 milhões de euros.

Grandes Áreas Metropolitanas

Os cortes mais duros ocorrem nas grandes cidades. Os transportes da região de Amsterdam deve cortar nada menos que 67 milhões de euros. Isso pode significar a ausência de autocarros durante o fim de semana e o desaparecimento da ligação entre Schiphol e os municípios vizinhos, como Amstelveen, Aalsmeer e Amsterdam.

Já a região metropolitana de Rotterdam/Den Haag terá um corte de 72 milhões. Para atingir esse valor, todos as rotas de fim de semana teriam que ser reduzidas pela metade. Autocarros dos horários de pico, as linhas escolares, as rotas noturnas e a ligação expresso da R-net em Zuid Holland - Zuid, que liga cidades como Alphen aan den Rijn, Gouda, Leiden e Katwijk, também estão em risco de desaparecer.

Com os cenários acima, a Rover quer tornar as consequências dos cortes visíveis para os utentes que deles precisam. “O que essas possibilidades realmente significam para o seu autocarro em Brabant, Gelderland, Zuid Holland ou Zeeland”, refere o diretor Bos.

Segundo Bos, há outra maneira de economizar dinheiro. As províncias podem optar por não reduzir o número de autocarros, mas sim tornar as tarifas 25% mais caras. Ou uma combinação: tarifas 15% mais caras e menos viagens em algumas rotas.

Sorteio Para Os Utentes

De acordo com a organização de transportes OV-NL, isso em breve será o caso em algumas províncias. Outra parte como Noord Brabant, está ajustando os cortes. “Essas províncias consideram o transporte público muito importante ou constroem muitas casas novas que precisam estar ligadas”, diz o presidente Hatte van der Woude. Esse dinheiro não pode então ser destinado a outras áreas, como desporto, cultura ou qualquer outra coisa. "Isso também é doloroso."

A OV-NL está satisfeita com os cenários da Rover. "Isso deixa claro até onde as intervenções podem ir. Municípios inteiros podem perder os seus serviços de autocarro." Enquanto isso, o governo finge que nada está errado, diz Van der Woude. “Eles não querem desvirtuar a imagem da distribuição de presentes e fingir que é possível simplesmente tirar 300 milhões do transporte público sem maiores consequências.

Ela destaca a recente moção do partido ChristenUnie, que pediu que as consequências dos cortes fossem registadas. "Isso foi rejeitado pelos partidos do governo. O que me deixa a pensar: sejam honestos com os seus eleitores e digam que isto é uma escolha política e que não achamos que o transporte público seja importante."

Enquanto isso, os passageiros e utentes ficarão na incerteza pelos próximos meses. “Para eles é uma espécie de sorteio: o que acontecerá com meu autocarro no próximo ano?” Teremos de esperar.

Imagem de AB27 via Pixabay

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