O Covid-19 veio fechar portas às associações nos Países Baixos por decreto, mas mesmo após o término da pandemia, nem todas se conseguiram erguer de igual forma. Algumas encerraram, outras, tremidas, lá conseguiram ficar por mais uns anos, outras se apagaram. Isto foi o que aconteceu à Casa Portuguesa de Den Haag: a sua voz silenciou-se, abafada com a explosão da nova imigração portuguesa no país pós-pandemia. 

Com mais recursos, mais informados e com acesso a novas ferramentas de integração, a nova geração não viu nestas associações os pólos sociais e culturais que foram noutrora, o que acabou por gelar o calor desta associação.

Fundada em 1969, o seu espólio histórico estende-se muito para lá do 25 de Abril, conta um dos antigos diretores da associação, José Soares. "No desporto, para além do futebol, tínhamos hóquei e conseguimos trazer cá as equipas da modalidade do Benfica e Sporting e fizemos um torneio com a Seleção da Holanda. Foi a primeira vez que as duas equipas portuguesas se defrontaram fora do nosso país. Ainda temos aqui os sticks de alguns jogadores", diz enquanto nos mostra orgulhosamente a sala de troféus.

Já no salão da associação, iniciava-se a reunião com os sócios. Com discursos, alguns emocionados, foram-se conhecendo os planos da Comissão e as dúvidas dos associados. Entre outras coisas, o plano passa por descongelar a entrada de novos sócios e o pagamento de quotas a partir de janeiro de 2025. Foi proposta uma opção de pagamento voluntário de quotas em atrasado dos atuais sócios, suspensas há alguns anos por falta de atividade associativa.

Com uma conta bancária bloqueada, administrativamente formar uma equipa para trabalhar a burocracia de desbloqueamento da conta e reativar a atividade com o KvK. Arranjar dinheiro para as contas correntes do próximo ano e a realização de eventos, para além da angariação de novos sócios e a abertura de um crowdfunding que permitirá realizar algumas intervenções mais urgentes.

Numa intervenção de alguns sócios, Xavier que será o secretário desta Comissão Transitória, revela que "esperava mais reações dos sócios presentes", avisando que "as coisas não iriam ser a mesma coisa como antigamente".

Já José Soares, que também entra nesta Comissão, garantiu que não seria ele "a fechar o Clube". "Ou vamos silenciá-lo ou vamos mostrar aos que não acreditam que é possível."

Em votação, os sócios presentes votaram por unanimidade a formação da Comissão Transitória e dos seus planos e assim, pela continuidade da Casa Portuguesa de Den Haag.

A plataforma Portugueses na Holanda disponibilizou a sua rede para promover o crowdfunding, assim que este esteja disponível e também a angariação de novos sócios com a partilha do formulário online de inscrição e demais informação:

• Inscrição de novos sócios
• Atualização de dados de sócios atuais
• Página GDCPH

Imagem de Portugueses na Holanda