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As agências de emprego temporário são muito mais propensas a despedir trabalhadores estrangeiros na hora, com milhares de pessoas a perder os seus empregos dessa forma todos os anos, informou a NOS.
Apesar de terem contratos de trabalho, com descrição da duração do trabalho, salário e condições, os trabalhadores temporários são regularmente despedidos sem aviso prévio.
Trabalhadores imigrantes desconhecem com muita frequência os seus direitos e são vulneráveis a serem despedidos injustamente sem justa causa, muitas vezes com efeito imediato, de acordo com números divulgados pela agência social UWV, após questões levantadas pelo Partido Socialista (SP) no Parlamento. Sob a lei neerlandesa, os empregadores só podem despedir alguém na hora em situações extremas, como roubo, fraude ou recusa de trabalho.
No entanto, muitos despedimentos parecem ser infundados e nesses casos, o trabalhador perde tanto o salário quanto a indemnização a que tem direito, economizando somas significativas para o empregador, informou a NOS. A Inspeção do Trabalho Neerlandesa revelou no início deste ano que a prática ilegal de despedir trabalhadores no local tem sido financeiramente vantajosa para algumas agências de emprego temporário, com uma estimativa sugerindo que entre 1 e 5 milhões de euros foram poupados ao explorar essa brecha nos últimos anos.
A inspeção começou quando se descobriu taxas alarmantes de despedimentos imediatas numa agência que fornecia trabalhadores migrantes para a indústria da carne. Esses trabalhadores foram privados de salários, férias, indemnização e, em alguns casos, até mesmo dos seus alojamentos.
Entre 2020 e 2022, milhares de trabalhadores foram despedidos desta forma. Só em 2021, mais de 80% dos despedimentos nesta agência foram feitas com efeito imediato, uma taxa muito maior do que a média nacional de 0,56%.
Embora a questão tenha sido inicialmente focada na indústria da carne, novos dados mostram que o problema não é isolado. Uma análise mais ampla do setor de trabalho temporário revelou que nove outras agências, não apenas aquelas na indústria da carne, têm algumas das maiores taxas de despedimentos imediatos do país.
O Ministro dos Assuntos Sociais, Eddy van Hijum, denunciou as práticas abusivas de emprego, chamando-as de "inaceitáveis". Em novembro, ele planeia reunir novamente com o setor para analisar qualquer progresso e pressionar por reformas concretas no setor do trabalho temporário.