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Navios russos não militares levam a cabo ações de espionagem a oleodutos e cabos submarinos no Mar do Norte há vários anos e está a aumentar o número deste tipo de ações suspeitas, noticiou o jornal belga De Tijd com base numa pesquisa realizada com a Follow the Money (FTM).
De acordo com o De Tijd e FTM, 167 navios não militares russos realizaram 945 ações suspeitas perto de infraestruturas críticas no Mar do Norte nos últimos dez anos. Envolveu navios de pesquisa, navios cargueiros, navios frigoríficos, navios-tanque, barcos de pesca e até de passageiros.
As “ações suspeitas” aconteceram nas zonas económicas exclusivas (ZEE) dos países do Mar do Norte: Bélgica, Países Baixos, Dinamarca, Alemanha, Reino Unido e Noruega. E alguns casos, os navios russos estiveram a menos de um quilómetro de várias infraestruturas submarinas.
“Padrões de navegação divergentes não são necessariamente suspeitos. Pelo contrário, isso acontece com muita frequência, mesmo com navios não russos”, disse Thomas De Spiegelaere, porta-voz da Direção-Geral de Navegação, ao De Tijd. “Mas é suspeito se isso acontecer nas áreas onde existem oleodutos ou cabos.” Existem muitas preocupações na Europa sobre o facto de a Rússia ter como alvo cabos e oleodutos no fundo do mar para a realização de ações de sabotagem, escutas ou manipulação.
“É absolutamente verdade que a nossa infraestrutura subaquática não é devidamente vigiada há muitos anos. Até recentemente, isso nunca foi uma prioridade em termos de segurança”, reconheceu De Spiegelaere. “Nunca pensamos que esta infraestrutura poderia ser alvo de sabotagem.” Acrescentou que os militares estão mais atentos a este assunto desde 2019 e especialmente depois da sabotagem do gasoduto Nord Stream em 2022.
“Nenhuma tentativa de ataque foi detetado nos cabos belgas ou neerlandeses”, disse De Spiegelaere. “Mas já foram encontrados explosivos num cabo britânico no início da crise na Ucrânia.”
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