A NS já pretendia aumentar as tarifas em 2024 em 8,7%, mas o Conselho de Ministros concedeu à ferrovia um financiamento adicional único de 120 milhões de euros, evitando assim o aumento.

A NS alertou que esta não era uma solução estrutural e que o preço dos bilhetes e das assinaturas mensais teriam de ser mesmo assim aumentadas. “A NS será, desta forma, forçada a implementar o aumento tarifário diferido em 2025 devido ao aumento dos custos e à lacuna de indexação que já ocorreu nos últimos anos, para além da inflação regular”, alertou a ferrovia.

“Isso pode significar um aumento de mais de 10% até 2025.” A empresa disse que agora atingia os 1,1 mil milhões de euros em dívidas devido a perdas durante a pandemia covid-19. O número de passageiros ainda não regressou aos níveis anteriores à pandemia.

Embora as receitas do ano passado tenham sido 22% superiores às de 2022, os passageiros ainda viajaram 11% menos quilómetros na rede ferroviária em comparação com 2019. Isso melhorou em relação a 2021, quando os quilómetros percorridos permaneceram 24% inferiores aos valores pré-pandemia.

A empresa observou que o preço dos bilhetes e das assinaturas aumentou desde 2020, mas não em linha com a inflação e o aumento dos custos operacionais. A NS disse que as taxas que cobra aos passageiros deveriam ser cerca de 9 por cento mais elevadas para compensar a diferença.

A NS conseguiu registar um lucro de 275 milhões de euros em 2019, mas depois sofreu uma perda de 890 milhões de euros quando a pandemia atingiu o país em 2020. O que foi rapidamente ultrapassada por uma perda de 952 milhões de euros em 2021. Os números começaram a mostrar sinais de melhoria, com uma perda de 421 milhões de euros em 2022, seguida de uma perda de 191 milhões de euros no ano passado.

As receitas aumentaram quase 14,5%, de 3,34 mil milhões de euros em 2022 para 3,82 mil milhões de euros em 2023. As receitas foram geradas principalmente pela operação de comboios nos Países Baixos e na Alemanha e pela operação das estações ferroviárias neerlandesas.

O braço internacional da empresa também registou um aumento de 15% nas passagens de comboio vendidas em comparação com 2022. A NS International disse que isto se deveu a uma maior procura por viagens sustentáveis. “Desde dezembro, o tempo de viagem do IC Berlin entre a Estação Central de Amsterdam e Berlim foi acelerado em 30 minutos”, disse a NS. Isto porque deixou de ser necessária uma troca de locomotiva em Bad Bentheim, na fronteira alemã.

A NS sofreu também muitos atrasos no ano passado devido a trabalhos de melhoramentos e manutenção nas linhas, o que trouxe algumas interrupções e atrasos no serviço. A companhia ferroviária concedeu 288.345 pedidos de compensação por atrasos no ano passado, mais de 100 mil a mais que no ano anterior. O valor da compensação passou de 2,2 milhões para 3,1 milhões de euros. A NS gastou 3,6 milhões de euros adicionais em 142.175 pedidos de indemnização por transportes alternativos, táxis e estadias em hotéis para os passageiros afetados, em comparação com 3,2 milhões de euros para 32.293 pedidos de indemnização em 2022.

No ano passado, 89,7% dos passageiros chegaram a horas – 5 minutos antes da hora prevista de chegada. Esse desempenho está significativamente abaixo da meta da própria NS de 91,5 por cento e também pior do que a pontuação de 2022 de 91,6 por cento.

“2023 teve duas faces para a NS. Começamos com a energia no primeiro semestre. Embora em 2022 dezenas de comboios por dia tenham sido cancelados devido à falta de pessoal, as consequências para os nossos passageiros foram muito menos percetíveis na primavera passada graças a todos os nossos esforços”, disse o CEO da NS, Wouter Koolmees. “Quão diferente foi o segundo semestre, quando os passageiros sofreram mais com os atrasos, interrupções e composições frequentemente lotadas.”

Imagem de Nico por Pixabay