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A economia está forte e cresce mais que o esperado, mas os sinais de alerta continuam a ser enfatizados pelo Banco Central
O crescimento económico neerlandês foi "significativamente maior" em 2025 do que o esperado no inicio do ano, afirmou o Banco Central na passada sexta-feira. Em junho, a previsão oficial de crescimento era de 1,1%, mas agora a projeção é de 1,7%, segundo os novos dados do terceiro trimestre.
Em particular, a economia foi menos afetada pela incerteza no comércio mundial do que se previa anteriormente, afirmou o banco, acrescentando que "os acordos comerciais aliviaram um pouco as tensões comerciais internacionais, embora a incerteza económica e geopolítica permaneça elevada".
“A nossa economia demonstrou mais uma vez a sua resiliência”, disse o presidente do Banco Central, Olaf Sleijpen. “Ao anteciparem as tarifas comerciais, as empresas deram um impulso à economia no último ano. O governo deve agora criar as condições para um crescimento económico maior e duradouro, eliminando os entraves.”
Embora a inflação nos Países Baixos esteja em trajetória descendente (de 3% este ano para 2,4% em 2026 e 2,3% em 2027), prevê-se que permaneça acima da média da zona euro.
Além disso, o banco afirmou que os aumentos salariais médios estão a conseguir superar a inflação, impulsionando o rendimento real das famílias e sustentando o crescimento dos gastos privados. Prevê-se que os preços dos imóveis residenciais subam 8,5% em 2025 e desacelerem nos anos seguintes, embora ainda cresçam mais do que o rendimento das famílias.
O défice orçamental do governo deverá permanecer elevado, em 1,9% este ano e aumentar para 2,9% em 2026. Isso ainda está dentro das regras da zona Euro, mas a atual “política fiscal é excessivamente expansionista, considerando o estado da economia neerlandesa”, afirmou o banco.
As projeções também incluem uma série de recomendações para o próximo governo. Em particular, as autoridades devem enfrentar "vigorosamente" as restrições ao potencial de crescimento neerlandês, desenvolvendo políticas estáveis e resolvendo o desafio das emissões de nitrogénio e a sobrecarga da rede elétrica.
É preciso fazer mais para reforçar a competitividade da Europa, adotando uma abordagem decisiva que transcenda os interesses nacionais.
O novo governo também deve tomar medidas sérias para criar um sistema tributário à prova do futuro e reformar os programas de segurança social e saúde que, segundo o Banco Central, só aumentarão de tamanho com o envelhecimento da população.
Imagem de Gvdh90, sob licença CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons





