A empresa francesa tem parceria com o estaleiro holandês Koninklijke IHC no projeto. Nem todos ficaram satisfeitos com a decisão, já que a oferta nacional do construtor naval neerlandês Damen com a sueca Saab perdeu.

Os submarinos serão equipados com a mais nova tecnologia e um novo e poderoso sistema de armamento. O novo sistema de lançamento de mísseis de cruzeiro pode-o fazer a uma distância maior da costa, enquanto permanecem submersos. Os novos submarinos substituirão os atuais submarinos da classe Walrus que estão em serviço desde 1992. As duas primeiras novas embarcações deverão estar operacionais no período 2034-2037.

O ministro anunciou os nomes dos novos submarinos ao lado do mais jovem marinheiro e oficial de serviço em submarinos. Os nomes serão Orka, Zwaardvis, Barracuda e Tijgerhaai, as palavras neerlandesas para orca, peixe-espada, barracuda e tubarão tigre.

Assim que se conheceu o vencedor do concurso para a construção dos submarinos pela Naval, houve oposição da Câmara dos Deputados. Parte da Segunda Câmara queria que fosse a Damen a receber a tarefa em cooperação com a empresa sueca Saab. O SGP apresentou uma proposta para deixar a decisão de adjudicação do contrato ao novo governo, mas a maioria não foi a favor.

Van der Maat disse que a empresa francesa fez a melhor oferta. “Isso significa que eles construirão o melhor barco pelo melhor preço. Além disso, um grande papel foi reservado para a nossa própria indústria e instituições de conhecimento. Isso refere-se à construção e à manutenção. À medida que obtivermos os direitos de utilização, poderemos nós próprios fazer a manutenção dos sistemas e envolver as empresas holandesas nessa tarefa.” Ele enfatizou que isso seria bom para fins de segurança, mas também para a indústria naval neerlandesa.

“É um dia triste. Atribuir o projeto marítimo neerlandês mais inovador a uma empresa estatal francesa retira a base da nossa construção naval completa e funcional”, disse a Damen em resposta à notícia.

A Damen diz que a decisão também afetará a chamada agenda setorial da indústria marítima, na qual o governo e as empresas fabricantes de navios concordaram em tentar melhorar a inovação na indústria. “Apesar deste resultado decepcionante, estamos prontos para apoiar a Marinha Real no projeto, construção e manutenção dos seus navios”, enfatizou a empresa.

O custo total do projeto ascenderá a 5,6 mil milhões de euros, e uma parte “significativa” do orçamento aprovado no concurso será paga a empresas neerlandesas, no valor de “centenas de milhões de euros”, disse a Ministra da Economia, Micky Adriaansens. Ela acrescentou que a indústria beneficiará muito com a partilha de conhecimento e experiência, apesar das sugestões da Damen em contrário, e isso por si só vale “milhões”. Além de vencer a oferta conjunta Damen-Saab, a Naval e a IHC também foram selecionadas em vez da empreiteira alemã Thyssenkrupp Marine Systems.

Adriaansens está “realmente muito feliz com o acordo, porque a indústria neerlandesa tem uma boa posição nele”, e o empreiteiro ficará vinculado a esses termos. Quando o contrato for finalmente adjudicado, o Naval Group terá de concordar com o montante mínimo de dinheiro que será gasto nos Países Baixos como parte da missão.

A ministra enfatizou repetidamente que o governo passou por um “processo muito cuidadoso”. O objetivo era encontrar “o melhor barco pelo melhor preço, no qual a indústria neerlandesa estivesse bem envolvida”. Ela disse que o processo de seleção foi “muito cuidadoso” e achou “muito estranho” que os críticos sugerissem agora o adiamento do acordo, correndo o risco de retratar o governo dos Países Baixos como carente de estabilidade.

Uma das empresas neerlandesas que serão beneficiadas é a Koninklijke IHC. A empresa, com sede em Kinderdijk, fez parceria com o Naval Group na licitação. “Também damos os parabéns a todas as empresas neerlandesas que podem contribuir para este projeto estratégico para a Holanda e estão felizes com a escolha do ecossistema marítimo neerlandês”, afirmou a IHC em comunicado. “A escolha é boa para a preservação e o desenvolvimento do conhecimento, do emprego e da economia neerlandeses.”

A IHC e a Naval não divulgaram as empresas que utilizarão como subcontratadas do projeto, porque as informações são confidenciais. A IHC também citou razões de segurança para não revelar as suas próprias tarefas.

Um porta-voz da Naval disse que existe uma colaboração de longa data com fornecedores neerlandeses e que a Naval enviou centenas de milhões de euros em encomendas para a Holanda nos últimos anos. Ele disse que a Holanda tem uma indústria de tecnologia marítima “altamente valorizada”.

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